O
autor inicia a história questionando a moral que existe dentro de alguns
tradicionais contos infantis. Dos três porquinhos onde o único porquinho que
teve sucesso foi o mais utilitarista e prático. Da história do Pinóquio onde
ele só poderia se transformar em uma pessoa de verdade através da escola e
também da história da cigarra e da formiga, onde o músico e o artista eram desvalorizados.
Assim o autor faz uma reflexão crítica sobre a moralidade destas histórias
infantis.
A
história nos mostra a curiosidade nata que a criança tem do mundo em que vive,
faz muitas perguntas aos pais, sobre o nome das coisas, para que serve, quem
definiu que as coisas sejam assim etc. Os pais das crianças se mostram
preocupados em inserir o filho da lógica dos adultos, na lógica utilitarista. E
assim as perguntas da criança vão sendo negligenciadas.
A
princípio a criança se vê interessada pela escola, pois a maioria das perguntas
que os pais não sabiam responder eles diziam que o filho aprenderia na escola,
mas ao entrar na escola a criança percebe que o seu conhecimento anterior, o
seu saber cotidiano não tem valor algum, a criança passa a ser avaliada por
saberes impostos pelos professores, onde a criança não era instigada a ver
sentido naquele conhecimento.
É
interessante notar que o interesse suprimido da criança por pássaros, ocasiona
nela frustrações e medos. O aluno entende que para “ser alguém na vida” deve
aprender a seguir e decorar o conhecimento imposto, caso contrário
decepcionaria os seus pais e não teria um futuro promissor. A criança passa a
ter sonhos e pesadelos, onde a sua curiosidade vai morrendo e se transformando
me medo aos poucos. Com o tempo a criança passa a entrar na lógica dos adultos
e consegue ser bem sucedido neste mundo utilitarista, mas ao final de tudo não
se sente feliz, não se torna uma pessoa realizada.
O
autor faz uma crítica ao sistema de ensino que busca reproduzir valores, onde a
finalidade da escola é a inserção no mercado de trabalho, e que o caminho deve
ser feito através de boas notas com o fim de passar no vestibular. No final da
história o autor faz uma comparação deste sistema a de um frigorifico, a escola
como uma fábrica de reprodução em massa.
Bibliografia:
ALVES, Rubem. Pinóquio às avessas: uma estória sobre crianças e escolas para pais e professores. Campinas, SP: Verus Editora, 2005
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