Mapa conceitual do conceito de estigma presente na obra de Erving Goffman
Origem do
conceito: Estigma
sinais corporais utilizados para evidenciar características morais aos seus
portadores na antiguidade. Feitos com corte ou fogo, podiam caracterizar
indivíduos considerados bandidos, escravos, traidores. Na época cristã os
sinais das marcas de cristo foram vistos como uma benção. Hoje o conceito é
utilizado como forma de caracterizar alguém que foge da “normalidade”.
Construção de
normalidade: o estigma
só é possível devido a uma construção social de normalidade. Esta construção é
estabelecida na relação pessoal. Quando o estranho, ou seja, alguém que foge
deste padrão de normalidade é caracterizado como alguém com estigma.
Identidade
social virtual: baseada
nas expectativas de que o indivíduo na sociedade deveria ser.
Identidade
social real: baseado no
que o indivíduo realmente prova ser, suas características de fato.
Estigma: Uma característica diferente da
prevista. Uma especial relação entre o atributo (de fato) e o estereótipo. Onde
o atributo ou o estereótipo não se encaixam em um grupo determinado como
normalidade. O indivíduo passa ser um “desacreditado” perante a sociedade.
Quando uma pessoa com estigma alcança uma legitimidade social, notoriedade, o
seu estigma passa a ser a principal referência ao se lembrar da pessoa.
Três tipos de
estigma: 1)
deformidades físicas. 2) culpas de caráter individual, indivíduos percebidos
com algum estigma moral. 3) estigmas de raça e de origem.
Estigma
presente em nosso vocabulário:
Onde deficiências e anormalidades entram como significação de nossa linguem.
Metáforas presentes no discurso diário. Exemplo: “estamos cegos, mancos etc.”
Visão pessoal
do estigmatizado: o
estigmatizado tende a possuir a mesma visão e crenças de identidades que os
“normais” possuem. Esta visão se relacionará com a sua concepção de que é um
indivíduo estigmatizado. Pode perceber geralmente de maneira bastante correta
que, não importa o que os outros admitam, eles na verdade não o aceitam e não
estão dispostos a aceitar. E não o mantêm um contato entre iguais. A presença
próxima de normais provavelmente reforçará a revisão entre auto exigências e
ego, mas, na verdade, o auto ódio e a autodepreciação podem ocorrer quando
somente ele e um espelho estão frente a frente. O indivíduo estigmatizado pode
utilizar o seu estigma para “ganhos secundários” como desculpa pelo seu
fracasso, e a sociedade também perceberá como tal exemplo (deficiente da perna
cai, o motivo da queda é vista como razão de sua deficiência e não como uma
queda comum que todos estão suscetíveis a ter)
O informado: o indivíduo considerado informado é
aquele que teve uma experiência onde foi possível observar a discrepância entre
a Identidade social virtual e a Identidade social real do estigmatizado. São
indivíduos que tiveram relação onde puderam “quebrar” o estigma, observar a
humanidade igualitária nos indivíduos que são estigmatizados. Muitas vezes são
profissionais que trabalham diretamente com estigmatizados, ou pessoas que
simplesmente viveram esta experiência.
Carreira
moral: As pessoas que
têm um estigma particular tendem a ter experiências semelhantes de aprendizagem
relativa a sua condição e a sofrer mudanças semelhantes na concepção do eu –
uma “carreira moral” semelhante, que é não só causa como efeito do compromisso
com uma sequência semelhante de ajustamentos pessoais. Por exemplo, um órfão
aprende que é natural e normal que as crianças tenham pais e aprende, ao mesmo
tempo, o que significa não tê-los.
Bibliografia:
GOFFMAN, Erving. Estigma: notas sobre a manipulação da
identidade deteriorada. 4.
ed. Rio de Janeiro: LCT, 1988
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