segunda-feira, 6 de abril de 2015

Estigma - Erving Goffman

Mapa conceitual do conceito de estigma presente na obra de Erving Goffman

Origem do conceito: Estigma sinais corporais utilizados para evidenciar características morais aos seus portadores na antiguidade. Feitos com corte ou fogo, podiam caracterizar indivíduos considerados bandidos, escravos, traidores. Na época cristã os sinais das marcas de cristo foram vistos como uma benção. Hoje o conceito é utilizado como forma de caracterizar alguém que foge da “normalidade”.

Construção de normalidade: o estigma só é possível devido a uma construção social de normalidade. Esta construção é estabelecida na relação pessoal. Quando o estranho, ou seja, alguém que foge deste padrão de normalidade é caracterizado como alguém com estigma.

Identidade social virtual: baseada nas expectativas de que o indivíduo na sociedade deveria ser.

Identidade social real: baseado no que o indivíduo realmente prova ser, suas características de fato.

Estigma: Uma característica diferente da prevista. Uma especial relação entre o atributo (de fato) e o estereótipo. Onde o atributo ou o estereótipo não se encaixam em um grupo determinado como normalidade. O indivíduo passa ser um “desacreditado” perante a sociedade. Quando uma pessoa com estigma alcança uma legitimidade social, notoriedade, o seu estigma passa a ser a principal referência ao se lembrar da pessoa.

Três tipos de estigma: 1) deformidades físicas. 2) culpas de caráter individual, indivíduos percebidos com algum estigma moral. 3) estigmas de raça e de origem.

Estigma presente em nosso vocabulário: Onde deficiências e anormalidades entram como significação de nossa linguem. Metáforas presentes no discurso diário. Exemplo: “estamos cegos, mancos etc.”

Visão pessoal do estigmatizado: o estigmatizado tende a possuir a mesma visão e crenças de identidades que os “normais” possuem. Esta visão se relacionará com a sua concepção de que é um indivíduo estigmatizado. Pode perceber geralmente de maneira bastante correta que, não importa o que os outros admitam, eles na verdade não o aceitam e não estão dispostos a aceitar. E não o mantêm um contato entre iguais. A presença próxima de normais provavelmente reforçará a revisão entre auto exigências e ego, mas, na verdade, o auto ódio e a autodepreciação podem ocorrer quando somente ele e um espelho estão frente a frente. O indivíduo estigmatizado pode utilizar o seu estigma para “ganhos secundários” como desculpa pelo seu fracasso, e a sociedade também perceberá como tal exemplo (deficiente da perna cai, o motivo da queda é vista como razão de sua deficiência e não como uma queda comum que todos estão suscetíveis a ter)

O informado: o indivíduo considerado informado é aquele que teve uma experiência onde foi possível observar a discrepância entre a Identidade social virtual e a Identidade social real do estigmatizado. São indivíduos que tiveram relação onde puderam “quebrar” o estigma, observar a humanidade igualitária nos indivíduos que são estigmatizados. Muitas vezes são profissionais que trabalham diretamente com estigmatizados, ou pessoas que simplesmente viveram esta experiência.


Carreira moral: As pessoas que têm um estigma particular tendem a ter experiências semelhantes de aprendizagem relativa a sua condição e a sofrer mudanças semelhantes na concepção do eu – uma “carreira moral” semelhante, que é não só causa como efeito do compromisso com uma sequência semelhante de ajustamentos pessoais. Por exemplo, um órfão aprende que é natural e normal que as crianças tenham pais e aprende, ao mesmo tempo, o que significa não tê-los. 

Bibliografia:

GOFFMAN, Erving. Estigma: notas sobre a manipulação da identidade deteriorada. 4. ed. Rio de Janeiro: LCT, 1988

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