Argan
analisa o principal trabalho de Filippo Brunelleschi a cúpula de
Santa Maria del Fiore. Através do tratado
de pintura de 1436 escrito
por Alberti o autor busca o
significado da obra de Brunelleschi.
Figura 1: Catedral de Santa
Maria del Fiore é o "Duomo" de Florença, Itália
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Alberti
distinguia entre dois modos de representação-ficção: “a pintura
que representa através da projeção perspéctica de uma realidade
em três dimensões no plano de duas dimensões; a escultura, que
representa um objeto de três dimensões com outro objeto
tridimensional. A cúpula é uma representação porque visualiza o
espaço, que por certo é real ainda que não seja visível.”
Brunelleschi
realizou uma extraordinária invenção ao construir a cúpula, ao
olhar do observador torna-se um
objeto unitário e não fragmentado, possuindo uma simetria entre
sujeito e objeto. Um fator diferencial é justamente a estrutura da
cúpula “é manifestamente uma estrutura não apenas portante, mas
perspéctica ou representativa, cujas nervuras convergem para um
ponto.” Ao se observar a cúpula no horizonte se observa a relação
simétrica entre as colinas e a abóbada do céu. (figura
1)
A
sua construção inovou em sua técnica, chamado de milagre técnico.
Utilizando uma mecânica muito
mais histórica. “É incontestável que, no momento de
começar a construção da copula,
tenha-se verificado a impossibilidade de construir armações de
tamanha amplitude; mas o fato é que Brunelleschi não empenhou
absolutamente seu engenho tecnológico na descoberta (ou
redescoberta) do modo de fazer as armações, e sim no problema, sem
dúvida mais complicado, de deixar de usá-las.
Na verdade, Brunelleschi queria construir sem as armações não para
dar mostras da sua habilidade, mas porque a construção com elas
te-lôs-ia impedido de erguer sua estrutura “acima dos céus”, de
fazer dela uma representação finita do espaço físico, de
estabelecer a relação urbanística e, ao mesmo tempo, alegórica ou
simbólica.”
Figura 2: Cúpula de
Brunelleschi em Florença
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Bibliografia:
ARGAN, Giulio Carlo. História da Arte como História da Cidade. 4 ed. São Paulo: Martins Fontes, 1998.
Cap (O Significado da Cúpula)
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