quinta-feira, 16 de abril de 2015

Cúpula de Santa Maria del Fiore

Argan analisa o principal trabalho de Filippo Brunelleschi a cúpula de Santa Maria del Fiore. Através do tratado de pintura de 1436 escrito por Alberti o autor busca o significado da obra de Brunelleschi.

Figura 1: Catedral de Santa Maria del Fiore é o "Duomo" de Florença, Itália
 Alberti distinguia entre dois modos de representação-ficção: “a pintura que representa através da projeção perspéctica de uma realidade em três dimensões no plano de duas dimensões; a escultura, que representa um objeto de três dimensões com outro objeto tridimensional. A cúpula é uma representação porque visualiza o espaço, que por certo é real ainda que não seja visível.”

Brunelleschi realizou uma extraordinária invenção ao construir a cúpula, ao olhar do observador torna-se um objeto unitário e não fragmentado, possuindo uma simetria entre sujeito e objeto. Um fator diferencial é justamente a estrutura da cúpula “é manifestamente uma estrutura não apenas portante, mas perspéctica ou representativa, cujas nervuras convergem para um ponto.” Ao se observar a cúpula no horizonte se observa a relação simétrica entre as colinas e a abóbada do céu. (figura 1)

A sua construção inovou em sua técnica, chamado de milagre técnico. Utilizando uma mecânica muito mais histórica. “É incontestável que, no momento de começar a construção da copula, tenha-se verificado a impossibilidade de construir armações de tamanha amplitude; mas o fato é que Brunelleschi não empenhou absolutamente seu engenho tecnológico na descoberta (ou redescoberta) do modo de fazer as armações, e sim no problema, sem dúvida mais complicado, de deixar de usá-las. Na verdade, Brunelleschi queria construir sem as armações não para dar mostras da sua habilidade, mas porque a construção com elas te-lôs-ia impedido de erguer sua estrutura “acima dos céus”, de fazer dela uma representação finita do espaço físico, de estabelecer a relação urbanística e, ao mesmo tempo, alegórica ou simbólica.” 

Figura 2: Cúpula de Brunelleschi em Florença 


Bibliografia:

ARGAN, Giulio Carlo. História da Arte como História da Cidade. 4 ed. São Paulo: Martins Fontes, 1998. 

Cap (O Significado da Cúpula)

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