sexta-feira, 1 de maio de 2015

Guerra fria e revoluções do terceiro mundo

No contexto do pós segunda guerra mundial (1945), nasce o período que iria ser conhecido como “guerra fria”. Este conflito entre os Estados Unidos e a União Soviética perdurou até 1991, quando houve a fragmentação da União Soviética e a formação de países independentes, conjuntamente com a queda do muro de Berlim que dividia a Alemanha Ocidental – Capitalista sob influência dos Estados Unidos e Alemanha Oriental – Comunista sob influência da União Soviética.

Para entender o início deste conflito devemos observar como as duas nações se saíram após a segunda guerra mundial, o Estados Unidos durante o conflito foi capaz de orquestrar uma reorganização geopolítica mundial, tornando-se a principal potência em influência pós segunda guerra, alinhando a Europa e criando a “Comunidade Europeia” em 1957. O que viria a ser a União Europeia futuramente.


Hobsbawn enfatiza que a União Soviética apenas tinha influência politica nos territórios onde tinham soldados posicionados durante o período do pós-guerra. E na crença de Stalin que acreditava que o capitalismo ruiria por si  só, abandonando assim a ideia de uma internacional comunista.



No mapa acima podemos ver a projeção da influência geopolítica da União Soviética durante o período de 1949 – 1989 (tom vermelho-escuro). São países aliados que assinaram o pacto de Varsóvia (tratado de aliança militar). Com a crença na autodestruição do capitalismo Moscou então tomava uma atitude defensiva perante o mundo capitalista ocidental.

Neste contexto com duas grandes potências com regimes conflituosos a ideia de uma guerra direta entre as duas nações parecia inevitável, a não ser pelo fator da bomba atômica, demonstrada pelos Estados Unidos nos ataques as cidades de Nagasaki e Hiroshima e desenvolvida pela União Soviética em 1949. Pois com a nova realidade de armas nucleares, capazes de produzir genocídios e extermínio em massa, a possibilidade de uma guerra direta entre as duas nações era vista como um suicídio mutuo. Ambos os países usaram o fator de ameaça nuclear, porém sem intenção de cumpri-las. Porém o medo de uma destruição mutua foi constante durante os 40 anos da guerra fria, gerando muitos momentos de tensões.

Apesar de não ter havido um confronto direto, houve diversas guerras em que os dois lados forneceram subsídios armamentistas, fomentando assim conflitos em diversos lugares do mundo. As tensões resultaram em conflitos no Paquistão, Coreia do Norte, Vietnã e na ampla disseminação de armas no continente Africano, alimentando diversos conflitos.

A oposição entre os dois regimes resultou em tensões internas para ambos os lados, na União Soviética todos aqueles que tinham simpatia com o capitalismo foram eliminados, no Ocidente os partidos comunistas se viam cada vez mais perseguidos e extintos. Hobsbawn faz uma afirmação importante, para ele a guerra fria foi causada por Washington, pois o ambiente de ameaça comunista era um fator decisivo para arrecadar votos nas eleições – democráticas. A caça aos comunistas que se iniciaram com o presidente Truman (doutrina Truman) junto com o ideal macartista do senador McCarthy. O comunismo e a ameaça Soviética então foram aumentadas.

Isto possibilitou que diversas politicas públicas e de relações exteriores fossem tomadas pelos Estados Unidos, ajudando economias importantes do mundo, até mesmo da Alemanha e Japão a se reerguer para que o capitalismo pudesse se fortalecer. Em 1947 o plano Marshall era lançado com a intenção de recuperar a economia europeia. A criação da aliança militar OTAN para garantir que os países capitalistas tivessem uma defesa maior ao menor perigo comunista.

Esta ameaça também serviu como justificava para os Estados Unidos investirem boa parte do seu PIB na indústria bélica, para manter uma hegemonia militar e utilizar disso para exercer politica. A chamada “corrida armamentista” desenvolvidas pelos dois países tiveram consequências globais. O escoamento das armas produzidas fizeram aumentar o número de conflitos mundialmente.

A questão é que este cenário se tornara pesado para as economias, Hobsbawn destaca que as economias capitalistas foram capazes de absorver 3 trilhões de dívidas gastos em investimentos militares, porém não houve ninguém para absorver os gastos soviéticos nesta corrida armamentista. Uma vantagem que os Estados Unidos tiveram durante a guerra fria, foram os seus aliados, países que tinham economias fortes e prósperas, enquanto a União Soviética não tinham grandes aliados, lembrando que perderam o apoio da China comunista o que gerou grande tensão entre os dois países.

Na década de 80 a economia da União Soviética ia bem, porém não dominavam as novas tecnologias tão importantes para o mundo moderno de produção de Software e Silício. Apesar de possuir uma leve superioridade tecnológica, exemplo o lançamento de satélites

A guerra fria impactou diretamente nos países do terceiro, o exemplo da revolução cubana que passou a assumir ideais marxistas e um maior contato com a União Soviética,  em respostas a base americana instalada na Turquia, perto do seu território, também instalou  uma base em Cuba, capaz de lançar misseis. Gerando o maior momento de tensão da guerra fria, a chamada "crise dos misseis". 

No terceiro mundo Hobsbawn destaca o período de guerrilhas na América e África, com movimentos revolucionários que buscavam nessa tática derrubar governos, e que em muitas vezes esses movimentos se espelhavam no ideal revolucionário comunista.

Destaca a presença dos estudantes neste novo contexto de mobilizações. Repressão violenta de setores do estado ocidental, este ativismo de minoria apesar de não ser capaz de exercer uma revolução em países desenvolvidos.
Neste período conturbado, as antigas colônias viveram um processo de revoluções, ou tentativas de e golpes militares de contenção. 


Bibliografia: 

HOBSBAWM, Eric. A Era dos Extremos. 2ª ed. São Paulo: Companhia das Letras, 1995. 

Guerra Fria (cap 8), Terceiro Mundo e a Revolução (cap 15)

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