No
contexto do pós segunda guerra mundial (1945), nasce o período que
iria ser conhecido como “guerra fria”. Este conflito entre os
Estados Unidos e a União Soviética perdurou até 1991, quando houve
a fragmentação da União Soviética e a formação de países
independentes, conjuntamente com a queda do muro de Berlim que
dividia a Alemanha Ocidental – Capitalista sob influência dos
Estados Unidos e Alemanha Oriental – Comunista sob influência da
União Soviética.
Para
entender o início deste conflito devemos observar como as duas
nações se saíram após a segunda guerra mundial, o Estados Unidos
durante o conflito foi capaz de orquestrar uma reorganização
geopolítica mundial, tornando-se a principal potência em influência
pós segunda guerra, alinhando a Europa e criando a “Comunidade
Europeia” em 1957. O que viria a ser a União Europeia futuramente.
Hobsbawn
enfatiza que a União Soviética apenas tinha influência politica nos territórios onde tinham soldados posicionados durante o período do pós-guerra. E na crença de Stalin que acreditava que o capitalismo ruiria por si só, abandonando assim a ideia de uma internacional comunista.
No
mapa acima podemos ver a projeção da influência geopolítica da
União Soviética durante o período de 1949 – 1989 (tom
vermelho-escuro). São países aliados que assinaram o pacto de
Varsóvia (tratado de aliança militar). Com a crença na
autodestruição do capitalismo Moscou então tomava uma atitude
defensiva perante o mundo capitalista ocidental.
Neste
contexto com duas grandes potências com regimes conflituosos a ideia de uma guerra
direta entre as duas nações parecia inevitável, a não ser pelo
fator da bomba atômica, demonstrada pelos Estados Unidos nos ataques as cidades de Nagasaki e Hiroshima e desenvolvida pela União
Soviética em 1949. Pois com a nova realidade de armas nucleares,
capazes de produzir genocídios e extermínio em massa, a
possibilidade de uma guerra direta entre as duas nações era vista
como um suicídio mutuo. Ambos os países usaram o fator de ameaça
nuclear, porém sem intenção de cumpri-las. Porém o medo de uma
destruição mutua foi constante durante os 40 anos da guerra fria,
gerando muitos momentos de tensões.
Apesar
de não ter havido um confronto direto, houve diversas guerras em que
os dois lados forneceram subsídios armamentistas, fomentando assim
conflitos em diversos lugares do mundo. As tensões resultaram em
conflitos no Paquistão, Coreia do Norte, Vietnã e na ampla
disseminação de armas no continente Africano, alimentando diversos
conflitos.
A
oposição entre os dois regimes resultou em tensões internas para
ambos os lados, na União Soviética todos aqueles que tinham
simpatia com o capitalismo foram eliminados, no Ocidente os partidos
comunistas se viam cada vez mais perseguidos e extintos. Hobsbawn faz
uma afirmação importante, para ele a guerra fria foi causada por
Washington, pois o ambiente de ameaça comunista era um fator
decisivo para arrecadar votos nas eleições – democráticas. A
caça aos comunistas que se iniciaram com o presidente Truman
(doutrina Truman) junto com o ideal macartista do senador McCarthy. O
comunismo e a ameaça Soviética então foram aumentadas.
Isto
possibilitou que diversas politicas públicas e de relações
exteriores fossem tomadas pelos Estados Unidos, ajudando economias
importantes do mundo, até mesmo da Alemanha e Japão a se reerguer
para que o capitalismo pudesse se fortalecer. Em 1947 o plano
Marshall era lançado com a intenção de recuperar a economia
europeia. A criação da aliança militar OTAN para garantir que os
países capitalistas tivessem uma defesa maior ao menor perigo
comunista.
Esta
ameaça também serviu como justificava para os Estados Unidos
investirem boa parte do seu PIB na indústria bélica, para manter
uma hegemonia militar e utilizar disso para exercer politica. A
chamada “corrida armamentista” desenvolvidas pelos dois países
tiveram consequências globais. O escoamento das armas produzidas
fizeram aumentar o número de conflitos mundialmente.
A
questão é que este cenário
se tornara pesado para as economias, Hobsbawn
destaca que as economias
capitalistas foram capazes de absorver 3 trilhões de dívidas
gastos em investimentos militares, porém
não houve ninguém para absorver os gastos soviéticos nesta corrida
armamentista. Uma vantagem que os Estados Unidos tiveram durante a
guerra fria, foram os seus aliados, países que tinham economias
fortes e prósperas, enquanto a União Soviética não tinham grandes
aliados, lembrando que perderam o apoio da China comunista o que
gerou grande tensão entre os dois países.
Na
década de 80 a
economia da União Soviética ia bem, porém não dominavam as novas
tecnologias tão importantes para o mundo moderno de produção de
Software e Silício. Apesar de
possuir uma leve superioridade tecnológica, exemplo o lançamento de
satélites
A
guerra fria impactou diretamente
nos países do terceiro, o exemplo da revolução cubana que passou a
assumir ideais marxistas e um maior contato com a União Soviética, em respostas a base americana instalada na Turquia, perto do seu território, também instalou uma base em Cuba, capaz de lançar misseis.
Gerando o maior momento de tensão da guerra fria, a chamada "crise dos misseis".
No
terceiro mundo Hobsbawn destaca
o período de guerrilhas na
América e África,
com movimentos revolucionários que buscavam nessa tática derrubar
governos, e que em muitas vezes esses movimentos se
espelhavam no ideal revolucionário comunista.
Destaca
a presença dos estudantes neste novo contexto de mobilizações.
Repressão violenta de setores
do estado ocidental, este ativismo de minoria apesar de não ser
capaz de exercer uma revolução em países desenvolvidos.
Neste
período conturbado, as antigas colônias viveram um processo de
revoluções, ou tentativas de e golpes militares de contenção.
Bibliografia:
HOBSBAWM,
Eric. A Era dos Extremos. 2ª ed. São Paulo: Companhia das Letras, 1995.
Guerra Fria (cap 8), Terceiro Mundo e a
Revolução (cap 15)
Nenhum comentário:
Postar um comentário